Psicologia Clinica e Organizacional - PSICOTERAPIA

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sábado, 25 de abril de 2009

ASSÉDIO MORAL – UMA ATITUDE QUE SE TORNOU CRIME


Uma brincadeira de mau gosto que se tornou crime. Como será que se comporta alguém que é constrangido e humilhado no seu ambiente de trabalho? Isso agora tem nome e pode ir parar na justiça. Conforme ensina Margarida Maria Silveira Barreto (2000), Médica do Trabalho, professora e pesquisadora da Unicamp, assédio moral no trabalho: “É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego".


O assedio moral são todos aqueles atos e comportamentos provindos do patrão, gerente, superior hierárquico ou dos colegas, que traduzem uma atitude contínua e ostensiva de perseguição que possa acarretar danos relevantes às condições físicas, psíquicas e morais da vítima.

Até mesmo uma comunicação conflitante no local de trabalho entre colegas ou entre superior e subordinado, que expõe a pessoa atacada a uma condição de debilidade, sendo esta agredida direta ou indiretamente por uma ou mais pessoas, de forma sistemática, se ocorrer de forma repetitiva por um período considerado longo, isso é assédio. O objetivo é discriminar e até mesmo excluir a vitima do mundo do trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego/Governo Federal, instituiu o Banco de horas, sistema de compensação de horas extras, no prazo de um ano, sem prejuízo aos empregados, permitindo à empresa adequar as jornadas de seus trabalhadores às variações de sua atividade. Entretanto em alguns serviços públicos o trabalhador ainda é obrigado a trabalhar além da sua jornada de trabalho contrariando a sua vontade e sem nenhuma negociação que o possa favorecer, portanto se essa situação é configurada como uma punição para o trabalhador pode se configurar num evento considerado como assédio moral.

Injustiças no trabalho colocam o trabalhador em confronto com situações que irritam, desgastam, amedrontam e desestimulam. Nessa perspectiva, pode causar alterações psicofisiológicas que levam à exaustão e ao esgotamento emocional, influenciando diretamente a saúde física e psicológica do trabalhador. Tal situação geralmente é marcada por um sofrimento, que não permanece, sendo mediado por meio de diversas estratégias, dentre elas a retaliação.


A retirada de mesa de trabalho e pessoal de apoio ou boicote de material necessário à prestação dos serviços, além de instrumentos como telefone, fax e computador, configuram práticas de assédio moral no ambiente de trabalho.

A criminalização do assédio moral ou violência psíquica no ambiente de trabalho está sendo um grande trunfo para quem outrora passava dias, meses e até anos sendo humilhado naquilo que pode ser considerado como o que lhe dá mais dignidade (a capacidade de produzir e de sobreviver com seus próprios recursos) o trabalho.

Responda as perguntas abaixo e descubra se você está sofrendo um assédio moral no seu local de trabalho.

1. Teve seu trabalho desqualificado na frente dos colegas.
2. Virou alvo de piadas por causa do modo de vestir ou de falar.
3. Ouvir frases do tipo”lugar de doente é no Hospital” .
4. Foi ou é impedido de expressar sua opinião.
5. Passou a executar atividades inferiores à sua capacidade.
6. Recebeu ou recebe ordens confusas ou contraditórias.
7. Teve que trabalhar fora do horário de expediente.
8. Não teve sua folga para descanso respeitada.
9. Ficou ou fica sobrecarregada (o)
10. Não foi ou não é cumprimentado ou é ignorado(a).
11. Teve ou tem seu material básico para execução da tarefa retirado.
12. Foi ou é ameaçado constantemente de demissão ou de remoção para outro setor.

Se respondeu positivamente a 50% dessas afirmativas, com regular freqüência procure ajuda, você está sofrendo assédio moral.


Nairete Correia - A autora é Psicóloga (UCDB/MS/Brasil - 1984; Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho – POT(CFP/CRP-03) e Mestre em Administração de Empresas com foco em Gestão de Pessoas (UEX/ES/UFRN/BR, 2001).Psicóloga da UFS; Consultora Organizacional-(RHPSI- Desde 1989).
Artigo publicado no informe NETWORK ano 1; n°2; mar/2009.

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